Maternidade vs Maternidade

Parece que me estou a repetir… será?

Desde que fui Mãe há temas sobre os quais falo com as minhas amigas, também estou mais atenta seja em páginas sobre as temáticas relacionadas, seja em redes sociais ou até mesmo em literatura recomendada.

Sigo algumas páginas no Facebook que me fazem sentido e profissionais na área da parentalidade ou psicologia infantil que me ajudam a ultrapassar várias (inúmeras) dificuldades.

Mas tenho de confessar que a maioria das páginas que existem estão repletas de pessoas muito mal intencionadas e que só olham ao seu umbigo.

Está na hora de sermos mais amiguinhos, não?

Caramba, mulheres que se atacam verbalmente por coisas parvas e mínimas! Que valores acham vocês que passam aos vossos filhos? Acham-se perfeitas não é?

O tema da atualidade parental das redes sociais é a foto da influencer Cate Gouveia, que foi mãe recentemente e decidiu partilhar uma foto linda, onde aparece imaculada e sem “aspeto de ter parido há poucas horas”.

Mas digam-me lá: qual é o aspeto de uma mulher que acabou de parir? Desgrenhada? Vermelha como um tomate de tanto fazer força para a cria nascer? Despenteada, pálida, desfigurada?

Mas qual é a ideia da maternidade que vocês têm? Foi assim, que pariram os vossos filhos?

Tive dois partos diferentes, mas ambos maravilhosos! Não tenho nada a apontar à equipa Médica. E tal como a Cate, eu também levei os produtos de higiene e skincare dentro da mala. Também tomei um banho revigorante e pus hidratante na face e um batom. Fui Mãe mas continuo a ser eu e a ser mulher.

Optei por apanhar o cabelo porque é mais prático e não usei camisa da noite, usei pijama. Porque isso de aberturas à frente e tal… é do tempo da “avó Cachucha.

A primeira foto que tirei, no 2º parto, foi ainda na sala de partos para poder enviar ao Pai, e tanto eu como a Baby C. parecemos que pintamos os lábios e a nossa pele estava maravilhosa. Desculpem lá se uma pessoa tem uma pele magnífica! (Ahahahah)

Vi comentários de mulheres, mães, que criticaram tanto (mas tanto) a Cate, mas esquecem-se que quando querem publicar uma foto no facebook tiram 30 para aproveitar só 1, e tudo para escolher a melhor porque: ora não gostaram da luz, ou fizeram uma careta, ou não gostaram do perfil, ou o cabelo não estava bem, ás tantas com batom vermelho ficava melhor, ou cor de rosa? talvez tire o casaco e dou um ar mais verão, etc..

E a Cate não pode passar os dedos pelos cabelos, besuntar-se com um bb cream e hidratante labial?

P’lo amor da santa! Tenham mais amor pelo próximo, ela até podia estar de biquíni ou nua que ninguém tinha nada a ver com o assunto. Há pessoas que reagem às situações de formas diferentes. Como há mulheres que têm os bebés e 2 dias depois já não têm barriga de grávida. Outras já andam em passeios e caminhadas.

Cada um faz as coisas à sua medida. Decide o que quer fazer ou publicar. Sim, a Cate é uma figura pública mas as pessoas (as não públicas) não têm de tecer comentários tão negativos. Caramba vão destruir um momento tão bom, tão lindo e feliz como a maternidade? Numa fase que é tão difícil como é levar para casa um ser que depende tanto de nós? Em que vai iniciar-se todo o processo: privação de sono, mudas de fraldas incessantes, choro de fome, sono, incómodo, etc..

É tão difícil cada processo e tudo uma adaptação. Não foi só um bebé que nasceu mas também uma Mãe, e um Pai. Haja respeito.

Fala-se tanto nos baby blues e nas depressões pós-parto e quando veem uma pessoa brilhar, o termo certo é mesmo GLOW, com a maternidade vamos logo deitar a baixo? Que gentinha cruel.

Senti bem de perto quem me tentou deitar a baixo e até dizer que não conseguia amamentar e o que fiz? Exatamente o contrário do que era esperado.

Hajam mais mulheres seguras de si mesmas! Seguras do que são, do que fazem. Porque estas que estão sempre prontas para criticar e até humilhar não podem ter amor próprio. Não querendo tecer críticas mas peço que ponham a mão na consciência e, em vez de olharem ao outro olhem mais para vós. Pensem nos valores e crenças que querem passar aos Vossos filhos. É neles que têm de pensar.

Querem que os Vossos filhos sejam os primeiros a apontar o dedo à diferença? Ao belo? Ao feio? Ao capaz, ou incapaz?

Querem que os vossos filhos tomem os vossos lugares na crítica destrutiva? No bullying social? Numa era digital, as pessoas escondem-se atrás de uma capa, de um computador ou smartphone.

É triste! Já ninguém assume de caras o que diz. Todos escondidos porque é mais fácil assim. E dizer mal é sempre mais fácil e o caminho dos incompetentes.

Tirem partido das coisas boas, olhem o belo e reformulem os sentimentos menos bons, é o que devemos ensinar às crianças. Trabalhem as vossas emoções e ensinem os Vossos filhos a fazer o mesmo, garanto-vos que a falta de tempo vai ser tão grande que quando virem uma fotografia tão linda como a da Cate vão pensar: se há mulheres que conseguem, eu também vou conseguir.

Sejam mais Inspiração!