De uma vez por todas: CHEGA!!! BASTA!!!

Os critérios para formar um partido político em Portugal não podia ser tão simples! Sim, simples! Porque se não fosse simples como podem justificar partidos como o Chega na Assembleia?

Sempre olhei para este partido político como uma anedota, as barbaridades que já ouvi o senhor André a dizer são mais que muitas e a paciência de quem até nem aprecia política é muito escassa.

Mas sr. André, acho que o seu problema é muito grave, seu e de todos os que o acompanham e apoiam. Devo dizer que é possível tratar-se ou pelo menos tentar, tenho a certeza que podia fazer-lhe um bem enorme.

Como já é do conhecimento geral este partido, liderado por este mesmo sr. André, sugeriu a retirada dos ovários a mulheres que fizessem um aborto até às 12 semanas sem que a razão estivesse ligada a mal formações, violações, etc..

Sei que hoje em dia a informação está mesmo ao nosso lado, também não acredito em gravidez por acidente, não como as questões da “Maria”: se me sentar na cadeira onde acabou de se levantar um rapaz fico grávida?

Mas, também, sei que pode acontecer mesmo que seja uma irresponsabilidade de ambos: homem e mulher. Também sei que há famílias já numerosas, e sem qualquer planeamento familiar, em que acontece mais uma gravidez mas não há comida para pôr na mesa.

Consigo entender uma adolescente que se deixa seduzir por uma noite de copos e muita loucura e acaba por envolver-se com alguém, não precisa de ser um estranho, e não é a altura ideal para engravidar.

São diversas as situações que podem levar uma mulher a optar por um aborto e não pense Sr. André que essa decisão é tomada da noite para o dia como as suas. Um aborto é uma sombra pela vida toda de uma mulher.

Imagine Sr. André que a sua mãe decidia fazer um aborto antes de engravidar de si e lhe retiravam os ovários?

Penso que a vantagem que isso teria era não termos de levar com estas suas propostas sem fundamento.

Então um povo que votou e lutou para a legalização do aborto e agora que é possível vocês querem andar para trás e não dar qualquer importância a uma luta que levou anos? A um propósito que passa pela qualidade de vida das nossas crianças?

Um aborto após as 12 semanas por vontade própria e sem razão plausível é punível por lei e, também, não posso concordar. Mas por mais que custe é preferível um aborto nas primeiras semanas de vida que uma vida em instituições e a ser rejeitado. Sem amor, sem propósitos, sem mãe nem pai.

Custa-me saber que existem crianças nestas condições, que existem jovens que nunca souberam o que era um abraço de amor da sua mãe.

Custa-me pensar que existem adultos perdidos nesse mundo porque nunca tiveram quem os orientasse.

Tornaram-se pedintes…

Tornaram-se drogados…

Tornaram-se parasitas da sociedade…

Não se tornaram pessoas capazes de viver em sociedade porque toda a vida foram rejeitados, despeitados, corridos a pontapé. Porque desde o nascimento não tiveram um colo de amor, o calor de uma casa, uma educação pensada e cuidada pelos seus pais.

Por isso, ‘bora! Vamos mutilar as mulheres, aquelas que são o único ser humano que consegue dar vida! E já agora, a seguir fazemos um apelo à natalidade, ok?

Vamos condenar uma mulher por uma decisão em tenra idade.

Mas vamos continuar a ter de ouvir as suas barbaridades Sr. André, sem que possamos fazer um aborto à sua pessoa, ou uma vasectomia irreversível às suas sugestões.

Vamos continuar a dar tempo de antena porque vocês são um partido, por isso somos obrigados a ter de vos ouvir. Eu não, porque mudo de canal logo que você surge na tela da minha televisão.

Não quero ouvir mais as suas sugestões, nem qualquer resolução que tenha para propor seja sobre qual tema for.

Você apela ao direito pela vida mas condena as mulheres por uma decisão que só a elas cabe.

Você apela à justiça e considera justo a mutilação a uma mulher.

CHEGA… de barbaridades! De juizos sem valor! De decisões não decididas! De julgar o que não é de julgar!

CHEGA de vos ouvir.

Por mim, o seu partido não veio trazer nada de bom, por isso CHEGA e desista, vá embora!

As mulheres lutaram durante anos para terem os seus direitos, para poderem votar, para poderem trabalhar, para serem as decisoras das suas vontades, poderem decidir com quem casar e divorciar, poderem conduzir, terem voz ativa, poderem ocupar cargos de chefia, ganharem ordenados iguais aos homens, etc..

Luta atrás de luta e depois vem um grupo de paspalhos, um grupo que não sei como também é composto por mulheres, querer derrubar uma Força que infelizmente a nossa sociedade feminina já não possui com tanta garra mas que ainda existe por aí.

Os grandes nomes na luta pelos direitos da mulher devem estar a dar grandes voltas nos seus túmulos.